segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pratos da Senhora

Local desconhecido por muita gente em Rebordões Santa Maria, os Pratos da Senhora situa-se perto da Capela da Boa Nova. Outrora também se encontrava nas proximidades o Forninho da Senhora, que despareceu. Uns dizem que foi roubado, outros afirmam que foi dado, a verdade caro leitor, é que se perdeu um importante elemento do nosso património arqueológico.
Os Pratos da Senhora, tem uma lenda associada, que no seu tempo devido irei aqui contar, neste blogue.
Ainda assim, pensa-se que os circulos que estão desenhados nas pedras têm uma origem pagã.


É sem dúvida um local a não perder!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Lenda do Monte da Nó

Lenda do Monte da Nó
Fonte: http://www.cm-pontedelima.pt/pagina/pag/cult/lendas/lendas.html#p3

Era uma vez um jovem rei moiro, Abakir, ambicioso e apaixonado, que dominava um vasto território de montes densos de pinheiros e castanheiros, de vales arados e amenos, por onde escorria um rio claro e lento, chamado Lima.
Um dia, entregue aos prazeres da caça que por ali havia abundante, rodeado por guardas, falcoeiros e cães de raça, eis que se lhe depara, guardando um pequeno rebanho de ovelhas, uma rapariga formosíssima, com umas negras tranças coroadas de papoilas vermelhas.
A beleza desta imagem logo entrou no coração do rei, sempre pronto a ceder aos encantos femininos.
E, aproximando-se da pastora, logo lhe rogou, com palavras ardentes, que o segui-se para o seu soberbo castelo, edificado na Serra da Nó, onde passava o mais aprazível do seu tempo e onde a receberia por esposa entre muitas outras que a sua religião lhe permitia desposar.
Mas a pastora, cujo nome era Zuleima, negou-se a acompanhá-lo, dizendo que não trocaria a sua vida, embora humilde, pelas maiores riquezas do mundo.
Indignado com tal recusa, Abakir ordenou aos guardas que prendessem a rebelde e a levassem, à força, para o seu castelo altaneiro.
Só a soltaria quando ela lhe pedisse perdão e acedesse aos desejos, ao seu amor nascente.
Mas o tempo foi passando, sem que a pastor se arrependesse da sua recusa.
E, com ele, aumentava a paixão e o desespero de Abakir.
Então, não conseguindo mais acalmar aquele amor que lhe abrasava o peito, mandou chamar Zuleima à sua presença e disse-lhe:
- Pede-me tudo o que quiseres, os maiores caprichos, os maiores tesoiros, que tudo te darei, se consentires ser minha esposa.
Respondeu-lhe, então, a pastora, com firmeza não destituída de doçura, pois também ela acabara por se enamorar do jovem Abakir:
- Concordarei em viver junto de ti, com a condição de ser tua única rainha e me seres sempre fiel.
Arrebatado, o rei imediatamente aceitou as condições impostas pela bem-amada Zuleima.
Então, o castelo da Serra da Nó abriu-se, em esplendor, às bodas reais, com festas nunca vistas nem sonhadas.
E alguns anos se passaram para a felicidade do casal, gozava no conforto do castelo, na alegria das diversões e caçadas, na contemplação daquela paisagem de maravilha
Entretanto, um numeroso exército cristão, forte e ousado, vindo do Norte, ia derrotando os guerreiros da Moirama e aproximando-se, perigosamente, dos domínios de Abakir.
Era urgente a fuga, o abandono da paz deliciosa da Serra da Nó e do seu castelo!
Mas Abakir resistia a tal imperativo e, com ele, Zuleima, os dois enfeitiçados pela brandura daquelas paragens paradisíacas.
Uma noite tormentosa, ao escutar, cada vez mais perto, o ruído feroz das espadas e das lanças entrechocando-se; o alarido da vitória solto das bocas dos combatentes cristãos e o gemido dos guerreiros moiros feridos de morte, o rei foi buscar, de entre os seus tesoiros, um velho e pesado volume, revestido de coiro lavrado a oiro, o Alcorão, o livro sagrado da sua religião, escrito por Maomé que, segundo o profeta, lhe fora ditado pelo anjo Gabriel.
E, na presença assustada da rainha, pôs-se a folheá-lo, lendo, em voz baixa, certas suas paisagens misteriosas, enquanto estendia a mão sobre Zuleima, sobre quanto o cercava, sobre si próprio...
E, quando, na manhã seguinte, os soldados cristãos galgaram, vitoriosos, os cimos da Serra do Nó, na ânsia de aprisionar Abakir e tomar-lhe o castelo, nada se lhes deparou, mais do que o silêncio verde da folhagem, alguma pedra musgosa no abandono da poeira. Somente, do galho de uma árvore, o trinado de um pássaro parecia troçar da funda desilusão da soldadesca: nem castelo, nem Abakir, nem a sua única rainha!
Mas diz-se que, em noites enluaradas, quando o arvoredo é de vagas sombras e o rio é de prata, vagueia pela Serra da Nó um vulto de mulher, envolto ora em vestes roçagantes e faustosas, ora na simplicidade do trajo campestre, evocando, quem o sabe?, a pastora depois rainha, decerto saudosa do seu rebanho, saudosa do seu castelo e do seu amado Abakir.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

RPT - Rebordões Para Todos

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